nada a comemorar

Read on blog or Reader Site logo image Paulo Gala / Economia & Finanças Um mapa dos produtos mais relevantes nas exportações brasileiras By Paulo Gala on 14/12/2024 O Brasil, em 2022, apresentou uma pauta de exportações concentrada principalmente em commodities agrícolas, minerais e energéticas, totalizando um volume de comércio exterior de US$ 341 bilhões (OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY – OEC, 2023). Este trabalho analisa as principais categorias de exportação com base em dados econômicos, utilizando uma abordagem teórica de comércio internacional para contextualizar os números. Soja (13,8%) A soja é o principal produto de exportação do Brasil, sendo utilizada como matéria-prima na produção de óleo vegetal, farelo de soja e ração animal. De acordo com Krugman, Obstfeld e Melitz (2015), países em desenvolvimento, como o Brasil, possuem vantagem comparativa na exportação de produtos agrícolas devido à disponibilidade de terras férteis e mão de obra qualificada. O principal destino da soja brasileira é a China, que responde por mais de 60% das compras globais, impulsionada pela sua indústria pecuária intensiva (MAPA, 2023). Petróleo Bruto (12,6%) O petróleo bruto é extraído principalmente das reservas do pré-sal, cuja exploração tem colocado o Brasil entre os maiores exportadores do mundo. Segundo Balassa (1965), a especialização na exportação de recursos naturais é característica de economias com riquezas minerais abundantes. Países como China, Índia e Estados Unidos são os principais compradores do petróleo brasileiro (ANP, 2023). Minério de Ferro (8,84%) O minério de ferro, extraído principalmente na região de Carajás (PA) e no Quadrilátero Ferrífero (MG), é essencial para a produção de aço. Segundo Porter (1986), a competitividade brasileira neste setor é ampliada pela proximidade das jazidas aos portos de exportação. A China, maior produtora de aço do mundo, é o principal destino do minério brasileiro (IBRAM, 2023). Petróleo Refinado (3,77%) Produtos como gasolina, diesel e querosene de aviação são exportados após o processamento em refinarias nacionais. De acordo com as teorias de cadeia de valor (GEREFFI et al., 2005), o Brasil tem avançado na agregação de valor em seus produtos energéticos, embora ainda dependa do mercado externo para refino mais avançado. Milho (3,63%) O milho brasileiro é usado principalmente como ração animal, sendo exportado para mercados da Ásia e Europa. A especialização na exportação de grãos reflete o modelo de agronegócio extensivo do Brasil, fundamentado na alta produtividade e competitividade global (ALVES; CONTINI, 2010). O crescimento na demanda global por proteínas animais tem impulsionado o consumo do milho brasileiro. Café (2,6%) O Brasil é o maior exportador mundial de café, liderando o mercado com grãos arábica e robusta. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2023), mercados como Estados Unidos e Europa têm grande preferência pelos cafés brasileiros devido à qualidade superior e diversidade de sabores. A competitividade é reforçada por técnicas avançadas de cultivo e logística eficiente. Açúcar Bruto (3,38%) O açúcar bruto produzido no Brasil é amplamente utilizado na indústria alimentícia global. Conforme Balassa (1965), o país apresenta vantagem comparativa na produção de açúcar devido à eficiência na colheita de cana-de-açúcar. Índia e países do Oriente Médio são os principais mercados consumidores. Farelo de Soja (3,05%) O farelo de soja é um subproduto altamente demandado como ração animal. Sua exportação reflete a integração da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro (ALVES; CONTINI, 2010). A União Europeia e China são os principais compradores. Carne Bovina Congelada (3,21%) O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com forte presença em mercados como China, Egito e Estados Unidos. A competitividade do setor está associada à disponibilidade de terras para pecuária extensiva e ao controle sanitário (EMBRAPA, 2023). Carne de Aves (2,63%) A carne de frango brasileira é líder em exportações globais. A produção eficiente, associada à segurança alimentar e competitividade de custos, torna o Brasil o principal fornecedor para Oriente Médio, China e União Europeia (MAPA, 2023). Celulose (2,47%) A celulose brasileira, derivada de florestas plantadas de eucalipto, é um insumo estratégico para a fabricação de papel. O Brasil possui vantagens logísticas e climáticas, que reduzem o custo de produção (PORTER, 1986). Os principais mercados consumidores incluem China e Europa. Carros (1,42%) A exportação de veículos de passeio para países vizinhos reflete o papel do Brasil como um dos maiores fabricantes de automóveis da América Latina. Segundo Porter (1986), as vantagens competitivas regionais são chave para manter esse setor em expansão. Ouro (1,48%) O ouro brasileiro é destinado principalmente ao mercado financeiro global. De acordo com Krugman et al. (2015), produtos de alto valor como o ouro tendem a ser menos vulneráveis à volatilidade de preços. Algodão Bruto (1,09%) O Brasil é o quarto maior exportador mundial de algodão, com produção voltada principalmente para países asiáticos. Segundo a EMBRAPA (2023), o algodão brasileiro é reconhecido por sua qualidade e sustentabilidade. Óleo de Soja (1,17%) O óleo de soja tem aplicações alimentares e na produção de biocombustíveis. A demanda europeia por combustíveis renováveis tem impulsionado as exportações brasileiras neste setor. Ferro-Ligas (1,24%) As ferro-ligas são utilizadas na indústria siderúrgica global. A competitividade brasileira reflete a disponibilidade de recursos minerais e energia barata (IBRAM, 2023). Referências ALVES, E.; CONTINI, E. O agronegócio brasileiro na visão de longo prazo. Brasília: Embrapa, 2010. ANP – Agência Nacional do Petróleo. Relatório Anual de Produção e Exportação de Petróleo. Disponível em: http://www.anp.gov.br. Acesso em: 13 dez. 2024. BALASSA, B. Trade Liberalisation and “Revealed” Comparative Advantage. The Manchester School, 1965. EMBRAPA. Relatórios técnicos anuais sobre exportação agropecuária. Disponível em: http://www.embrapa.br. Acesso em: 13 dez. 2024. GEREFFI, G. et al. The Governance of Global Value Chains. Review of International Political Economy, 2005. IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração. Exportação de Minérios: Dados 2022. Disponível em: http://www.ibram.org.br. Acesso em: 13 dez. 2024. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Relatórios Anuais de Exportação Agrícola. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br. Acesso em: 13 dez. 2024. OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY – OEC. Brazil Exports 2022. Disponível em: http://www.oec.world. Acesso em: 13 dez. 2024. PORTER, M. Competitive Advantage of Nations. New York: Free Press, 1986.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

o arcabouço fiscal, por Pedro P. Z. Bastos